Amplamente destacado pelo seu design inconvencional - em que os elementos arquitetónicos e cenográficos aparecem intimamente ligados -, com o Pavilhão do Brasil renova-se a tradição de utilização de corti&a
A Corticeira Amorim produziu 1000 m2 de aglomerado de cortiça expandido MD Fachada para o Pavilhão do Brasil na Expo Milão, que decorre até ao dia 31 de Outubro, sob a temática "Alimentar o Planeta, Energia para a Vida" e conta com a participação de 140 países. Durante os 184 dias da Expo, estima-se um número de visitantes de cerca de 20 milhões.
O aglomerado de cortiça expandido MD Fachada foi selecionado não só pelas suas credenciais de sustentabilidade - que são de enorme importância num edifício de cariz provisório -, mas também pelo facto de o material assegurar o isolamento de um pavilhão com estas características e de se apresentar como uma solução que em termos arquitectónicos se enquadrava no perfil do projeto, liderado pelo Studio Arthur Casas e pelo Atelier Marko Brajovic, com consultadoria do Studio Mosae.
Segundo o arquiteto Dario Pellizzari, do Studio Mosae, "A escolha do aglomerado de cortiça MD Fachada permite oferecer uma solução inovadora que, com apenas 80 mm de espessura, garante um bom nível de isolamento térmico do edifício. Acresce que esta é uma matéria-prima 100% natural e a sua utilização não tem impactos negativos em termos de gases com efeito de estufa."
O Pavilhão do Brasil é composto por dois edifícios contíguos, com características distintas: uma galeria aberta, feita de aço, apresenta uma rede de pedestres a meia altura, permitindo que o visitante observe a biodiversidade típica do país por baixo dos seus pés, no piso térreo. Esta é complementada por um segundo edifício fechado, inteiramente revestido a aglomerado de cortiça expandido, um material que, quando sujeito às variações climatéricas, fica ligeiramente mais claro, numa combinação perfeita com a cor enferrujada do aço selecionado.
Luisa Basiricò, uma das consultoras do Pavilhão do Brasil, aponta, no entanto, a sustentabilidade como elemento crítico da seleção deste material: "Dado que se trata de um edifício temporário, procuramos selecionar materiais que poderiam ser reutilizados, mesmo antes da reciclagem. Neste sentido, optamos por um meio de fixação mecânica dos painéis de cortiça que nos permitirá assegurar a sua remoção e posterior utilização em outros projetos ou inclusive no mesmo pavilhão, caso faça sentido a sua deslocalização num contexto pós-Expo."
E, seguindo uma tendência clara em termos de design de interiores, a utilização de cortiça no Pavilhão do Brasil assume também a forma de mobiliário de interiores. Com autoria do Studio Mosae, foi concebida para este efeito uma solução de sofás modulares com encosto. Dispostos lado a lado, os módulos compõem um grande sofá, com mais de 20 metros de comprimento.
Para Carlos Manuel Oliveira, Diretor Geral da Amorim Cork Insulation: "Depois do sucesso da participação na Expo Hanôver em 2000 e, mais recentemente, da Expo Xangai, onde o Pavilhão de Portugal foi um dos mais visitados e também distinguido com o Prémio de Design, é com muito agrado que vemos de novo o aglomerado de cortiça expandido selecionado como elemento estrutural de um Pavilhão, desta vez no âmbito da Expo de Milão.", acrescentando que "Apesar de Portugal não ter uma representação oficial no certame, através desta associação ao Pavilhão do Brasil, vemos um dos materiais mais representativos do nosso país em destaque no evento."
Desde o início da Expo, o Pavilhão do Brasil tem sido um dos edifícios mais destacados do evento, como um bom exemplo de uma construção onde a sustentabilidade é omnipresente, demonstrando que é possível criar bons conteúdos, com reduzido impacto ambiental.