De tradição milenar, desde há muitos anos que a cortiça encontra em Portugal a sua principal fonte de produção. A cortiça é a casca do sobreiro (Quercus Suber L.), o que significa que é um tecido vegetal 100% natural. É formada por uma colmeia de células microscópicas preenchidas com um gás semelhante ao ar e revestidas maioritariamente por suberina e lenhina. Num único centímetro cúbico da cortiça contam-se quase 40 milhões de células, dispostas em fiadas perpendiculares ao tronco do sobreiro.
Retirada a cada nove anos, sem que nenhuma árvore seja cortada durante este processo, a cortiça dá origem a uma infinidade de produtos, desde os tradicionais, aos mais inovadores e inesperados. Cada sobreiro demora 25 anos até poder ser descortiçado pela primeira vez e a cortiça retirada nas duas primeiras extrações, assim como a que é retirada das podas da árvore, resultam em matéria-prima para isolamento, pavimentos e produtos para áreas tão diversas como a construção, a moda ou o design.
A extração é feita por profissionais altamente especializados, sempre entre maio e agosto, quando a árvore se encontra numa fase mais ativa do crescimento e se torna mais fácil descortiçá-la sem ferir o tronco. Por ser um produto renovável e reciclável é tida como uma matéria-prima por excelência com consequências favoráveis para os recursos naturais e para o Planeta Terra.